terça-feira, 4 de agosto de 2015

Registros de armas de fogo batem o recorde em 2014 e mais de 80% são para cidadãos comuns

EBC
Em 2014, o número de armas de fogo registradas no Brasil bateu o recorde: foram 24.255 naquele ano. Levantamento feito pelo jornal O Globo ressalta que, só nos primeiros quatro meses deste ano, 12.318 armas foram registradas, apesar de o país ter regras rígidas, impostas pelo Estatuto do Desarmamento desde 2003.

Do total de registros concedidos este ano, 82,7% foram para pessoas físicas e os demais para empresas de segurança privada, lojas de armas, repartições públicas, órgãos de segurança pública de natureza civil e Exército. Portanto, é o cidadão comum quem tem se armado. E o prinicipal motivo é se defender da violência, de acordo com o governo.

No Brasil, a quantidade de armas registradas ao ano para pessoas físicas mais que dobrou entre 2010 e 2014. Passou de 11.971 para mais de 24 mil armas. A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça, diz que as regras para o registro são criteriosas e não inacessíveis.

Dados por Estado
O Distrito Federal ocupa o primeiro lugar no ranking do armamento, que leva em conta a quantidade de armas registradas de 2014 a 2015 proporcionalmente ao número de habitantes. Assim, é um registro para cada 420 habitantes. Em seguida está o Acre, com um registro para cada 444 e Santa Catarina, com uma arma para cada 478 moradores.

Segundo o Exército, até 8 de junho deste ano, 811.441 armas foram registradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma). O Sigma controla os artefatos das Forças Armadas, das polícias e dos bombeiros militares, da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. No entanto, as armas de fogo de colecionadores, atiradores, caçadores e as pertencentes às representações diplomáticas também fazem parte do Sigma.

O armamento civil é controlado pelo Sistema Nacional das Armas (Sinarm) da Polícia Federal.

Alimento ao mercado informal
Quando as armas registradas e portanto legais caem nas mãos de bandidos, o mercado formal alimento o ilegal. No ano passado, 10.579 armas devidamente registradas foram roubadas ou furtadas. Isso equivale a 30% do total dos 36.750 registros concedidos em 2014 não só para cidadãos comuns como também para empresas de segurança privada, órgãos públicos e lojas de armas.

Esse dado pode ser ainda maior, porque as informações de registro não chegam tão rapidamente ao conhecimento da Polícia Federal.

Estatuto do Desarmamento
Na volta do recesso parlamentar, a Câmara dos Deputados deve discutir a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. As exigências para obter o registro devem ser diminuidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sua postagem será publicado após aprovação