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O deputado estadual José Dias apresentou na sessão desta quarta-feira (4) mais detalhes dos bastidores que culminaram em seu rompimento com o governador Robinson Faria.
Na votação do orçamento do Estado, por exemplo, ele revelou que a peça que chegou para apreciação do Legislativo tinha despesas subestimadas. Ele narrou, então, que procurou o então presidente da Casa, deputado Ricardo Motta, que o autorizou a modificar o que estivesse ao seu alcance.
Mais tarde, disse, obteve do governador Robinson Faria a promessa de que os deputados não seriam penalizados com a liberação de emendas parlamentares. Segundo revelou, o chefe do Executivo tinha dado sua palavra que a relação sobre o assunto seria republicana.
Ele também comentou que quando Robinson lhe ofereceu o cargo de presidente da AL prometeu ainda espaços no governo. “Isso é o testemunho de que eu não me submeto às coisas materiais, das glórias deste mundo”.
Um curioso detalhe apresentado foi o do encontro entre Robinson Faria, o próprio José Dias e Ricardo Motta, no sábado à noite, na missa de 40 anos de sacerdócio de Dom Jaime Vieira. “Ali, depois da missa, Robinson nos disse que estava tudo tranquilo [sobre a eleição de Ricardo para presidente da AL]. Na manhã seguinte, Ricardo já não tinha os votos necessários.
O pronunciamento do deputado está sendo apartado por seus colegas. Confira algumas frases:
A mim não dói continuar na minha planície. Não dói não estar ao lado do reiNunca tive a ilusão e a vontade de ocupar qualquer cargo a não ser o cargo de deputado ocupado por algumas pessoas que confiaram na minha história, no meu caráter e na minha palavra.Essa cadeira [de presidente] me foi oferecida. Eu não quero. Isso é o testemunho de que eu não me submeto às coisas materiais, das glórias deste mundo.Me sinto abalado emocionalmente com a solidariedade das pessoas humildes, de pessoas com quem convivo. Ganhei a popularidade de onde eu vou as pessoas me cumprimentarem, inclusive de vereadores que eu não conheço, como recebi de vereadores de Mossoró querendo saber se eu não aceito o título de cidadão daquela cidade.Não tomei minhas decisões para ter essas recompensas [de solidariedade]. Esses gestos, se afagam meu coração, ao mesmo tempo, eles impõem gratidão que eu acho muito pesada de carregar.Minha preocupação era muito grande porque as coisas sagradas quando se quebram não têm mais conserto. A palavra quando é rompida não pode mais ser refeita.A cruz da traição é pesada para mim.Se há algo de que tenho medo é o remorso, até porque ele às vezes leva às cordas de Judas. E falo das cordas morais, porque o suicídio maior para um homem é o moral.
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