Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis
para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as
reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia
Floresta, na Grande Natal. Os pedidos dos presos, que fazem uma série de
rebeliões desde a semana passada, estão em uma carta obtida. O documento foi
entregue ainda na noite desta segunda-feira (16) à Secretaria de Segurança
Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed). "Estamos passando
por vários tipos de opressão e humilhação por parte do governo e vários abuso
de poder por parte da justiça. Nos privaram de ter energia nas celas e outras
coisas mais. Como o mas grave as humilhação e os abuso de poder que estão
usando contra nossos familiares nas portas dos presídios do Rio Grande do Norte
(sic)", diz a carta dos presos
.
Em tom de ameaça, os presos afirmam que "a qualquer
hora os ataques vão ser nas ruas do nosso estado". A carta diz ainda que
os detentos do Rio Grande do Norte estão aliados a presos de estados vizinhos.
"Por isso desidimos nos unir o
crime do nosso estado e dos estados visinhos nesta luta. (...) Não pencem que
transferindo alguns presos vai para as rebeliões que estão enganados
(sic)".
Na carta, em nenhum momento é citada a saída da diretora da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas, como uma das reivindicações.O
sistema prisional do Rio Grande do Norte passa por uma série de rebeliões desde
a última quarta-feira (11). Até a manhã desta terça-feira (17) oito unidades
prisionais foram alvo de quebra-quebra. Além do Pereirão, foram alvos de
ataques o Centro de Detenção Provisória de Potengi, na Zona Norte de Natal;
Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; a
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; a Penitenciária Estadual
de Parnamirim (PEP); o Complexo Prisional João Chaves, na Zona Norte; o
Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, na Zona Norte; e o Centro de
Detenção Provisória (CDP) da Zona Norte.
A situação levou o governo a exonerar o secretário de
Justiça e Cidadania, Zaidem Heronildes, e a decretar situação de calamidade no sistema
prisional. Em entrevista a secretária de
Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Kalina Leite
Gonçalves, afirmou que não vai negociar com os presos. "O que o poder
público tem que fazer é garantir os direitos constitucioniais. Agora, nenhuma
possibilidade de negociação com preso", disse.
Na manhã desta terça-feira (17), cerca de 90 presos foram
transferidos do Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de
Natal. O destino dos detentos não foi revelado por uma questão de segurança. Ao
longo do dia, outros presidiários, em outras unidades, também serão removidos.
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