Na
próxima segunda-feira (9), na sede do Governo do Estado de Pernambuco, a
Comissão da Verdade realizará uma audiência na qual anunciará a condenação do
governo pela morte da potiguar Anatália de Melo Alves, em 1973.Segundo Luiz
Alves, a família sente-se mais aliviada com esse posicionamento da Comissão e
que agora vai intensificar a luta pelo reconhecimento dos restos mortais da
esposa: "Neste primeiro momento é um grande alento. Isso vai nos permitir
acelerar um processo de investigação na ossada que se encontra hoje no
cemitério de Mossoró. Essa vai ser agora a nossa meta
Sobre possibilidade de indenizações, Luiz disse que isso não
tem sido levado em conta pela família: não sou movido por isso. A nossa
preocupação sempre foi encontrar um culpado por esse crime. Cabe à Comissão da
Verdade decidir essas coisas, mas nada restitui o que se passou naquela
época".A versão oficial diz que Anatália teria cometido suicídio com a
alça da sua bolsa, pendurando-se em um cano de torneira. Essa versão nunca
convenceu a família, nem militantes políticos da época, muito menos estudiosos
do período da Ditadura Militar no Brasil. Na próxima segunda-feira, Luiz Alves
Neto e a irmã de Anatália, Aione Loia, seguirão para a capital pernambucana,
onde acompanharão o desfecho de mais esse capítulo dos movimentos políticos
brasileiros.
Anatália de Melo Alves atuou contra a Ditadura Militar
Anatália nasceu no dia 9 de julho de 1945, no distrito de
Mombassa, à época pertencente ao município de Martins, atualmente Frutuoso
Gomes.Em Mossoró, cursou o "Científico" no Colégio Estadual de
Mossoró e conheceu Luiz Alves Neto, com quem se casou em 1969, mudando-se em
seguida para Recife/PE.Já com alguma experiência nos movimentos sociais, tendo
trabalhado em Mossoró na Cooperativa de Consumo Popular, passou, juntamente com
Luiz, a militar no Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e nas
Ligas Camponesas da Zona da Mata, durante o período da Ditadura Miliar.Juntos,
foram presos em dezembro de 1972 e levados ao Departamento de Ordem Política e
Social (Dops), em Recife, onde foram torturados e onde Anatália, segundo
informações dos documentos oficiais até agora, teria se suicidado
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