Diante da instabilidade de sua base aliada no Congresso, o
governo cedeu e vai propor condições mais amigáveis para que os clubes de
futebol brasileiros paguem suas dívidas com a União.
O deputado Vicente Cândido (PT-SP), ligado a dirigentes de
futebol e que trabalhou nas negociações do governo com o Legislativo, afirmou
nesta terça (17) que a medida provisória que a presidente Dilma Rousseff
prometeu editar na quinta-feira (19) deve contemplar duas possibilidades de
refinanciamento.
A primeira possibilitará que os clubes paguem suas dívidas
em 20 anos (240 meses), com descontos em
multas (60%) e juros (25%).A segunda estabelecerá prazo de dez anos (120
meses)para o pagamento, mas com descontos maiores --70% das multas e 30% dos
juros.
Segundo Cândido, a norma deve trazer algumas contrapartidas
à possibilidade de renegociação das dívidas.Uma delas é a possibilidade de
rebaixamento de times voltem a ser inadimplentes.Inicialmente, o governo
defendia que as dívidas, estimadas em um total de R$ 4 bilhões, fossem
parceladas em até 180 meses, com uma entrada correspondente a 10% do valor do
passivo de cada clube. Os 12 maiores clubes do Brasil acumulam mais de R$ 1,5
bilhão em dívidas.
Agora, atravessando uma crise política que dificulta a
aprovação de projetos de interesse do Executivo, o governo federal aceitou
condições mais próximas das pedidas pelos clubes e apoiadas pela "bancada
da bola" (grupo de congressistas ligados a dirigentes ou clubes de
futebol).A flexibilização ocorre a despeito de resistências do Ministério da
Fazenda, que comanda o esforço federal para cortar gastos e aumentar a
arrecadação.
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