domingo, 1 de março de 2015

Laudo afirma que bala que matou dançarino DG não perfurou a camisa. Autoridades veem fraude processual

DG dançarino do programa Esquenta foi encotrado morto Foto:Reprodução do Facebook


Quando foi encontrado por policiais militares da UPP Pavão-Pavãozinho dentro da creche Lar de Pierina, no morro de Copacabana, no início da manhã de 22 de abril, o corpo de Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, estava vestido com uma camisa listrada azul e branca do avesso. O tiro que matou dançarino deixou uma marca de entrada, na base das costas, e outra de saída, no ombro. A roupa, entretanto, permaneceu misteriosamente intacta: segundo laudo de local de crime, , a “inspeção dos trajes da vítima revelou que a camisa encontrava-se vestida do avesso e não havia perfurações”.
O documento, assinado pelo perito Fabio Ferreira Neves, ainda aponta a existência de “um ferimento pérfuro-cortante” e de “manchas de sangue” nas regiões onde o projétil entra e sai do corpo. Onze meses após a abertura do inquérito pela 13ª DP (Ipanema), o laudo pode dar novos rumos à investigação. Policiais civis da unidade, peritos e membros do MP ouvidos  já suspeitam que houve fraude processual, ou seja, que DG foi vestido após ser assassinado.
 O disparo que matou Douglas causou diversas fraturas na articulação do ombro. Por isso, ele não teria condições de, sozinho, vestir a camisa com a qual foi encontrado. Pelo laudo, podemos dizer que ele morreu com o tórax desnudo e foi vestido depois. Além disso, com essas fraturas no ombro ele jamais conseguiria pular tantos obstáculos para chegar até a creche — afirmou o perito Leví Inimá de Miranda, após examinar o laudo.
A Polícia Civil já sabe que o tiro que matou DG partiu da arma de um policial. Como revelou com exclusividade, um laudo de reprodução simulada elaborado pela Divisão de Homicídios (DH) concluiu que DG foi atingido quando fugia, pela janela, de um prédio invadido por policiais. O atirador foi um dos seis PMs que aguardava a incursão fora do prédio, na Avenida Pavãozinho.Procurada para explicar como a camisa permaneceu intacta apesar do disparo, a Polícia Civil se limitou a afirmar, por nota, que “as investigações estão em andamento”

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