Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN)
apresentou 45 novas ações relacionadas à operação Pecado Capital, que trata de irregularidades
cometidas durante as gestões dos ex-diretores do Instituto de Pesos e Medidas
(Ipem/RN), Rychardson de Macedo e Augusto Halley Targino, entre 2005 e 2010.
Dentre as ações, 21 são denúncias relacionadas a fatos já
revelados em ações de improbidade impetradas em 2014 contra o ex-deputado
Gilson Moura, porém há 13 novas denúncias, dez novas ações de improbidade e
ainda uma ação civil pública.O ex-deputado, que indicou Rychardson para a
direção do Ipem em 2007, está envolvido também na maior parte das
irregularidades listadas nas novas ações e é apontado como um dos “líderes” do
esquema de desvio de recursos montado no instituto, assim como o advogado Lauro
Maia, filho da ex-governadora Wilma de Faria.
A lista de implicados nas 102 ações já apresentadas pelo MPF
inclui 79 pessoas e 24 empresas. Dentre os denunciados estão a ex-governadora e
o advogado Fernando Antônio Leal Caldas Filho, apontado como o elo entre Lauro
Maia e Rychardson de Macedo, sem contar diretores do Inmetro, como o auditor-chefe
José Autran Teles e o ex-diretor administrativo-financeiro Antônio Godinho.
As 102 ações, todas de autoria do procurador da República
Rodrigo Telles, somam R$ 4,2 milhões em pedidos de ressarcimento aos cofres
públicos, em valores ainda não corrigidos. Esse dinheiro foi desviado através
de ilegalidades como a contratação de “funcionários fantasmas”, concessão
indevida de diárias, realização de fraudes em licitações e em contratos
administrativos, além da cobrança de propina, superfaturamento de gastos e
pagamento por serviços não prestados.
Execução de pena
Somado às novas ações, o Ministério Público Federal também
está enviando à Justiça o requerimento de execução imediata de uma pena
aplicada a Rychardson de Macedo que já transitou em julgado, pelo fato de o réu
não ter recorrido. A sentença prevê cinco anos, nove meses e 26 dias de
reclusão, a ser inicialmente cumprida no regime semiaberto, e ainda pagamento
de multa de R$ 387.175,00.O MPF requer, também, a execução da sentença no
tocante à perda, em favor da União, dos bens móveis e imóveis, cotas
societárias e haveres financeiros adquiridos a partir de 2007, existentes em
nome do réu e das empresas a ele pertencentes.
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