segunda-feira, 13 de abril de 2015

Juiz manda soltar sírios presos com passaportes falsos em Natal

Cinco sírios foram presos em novembro tentando embarcar para a Holanda.
Eles não podem deixar Natal e tiveram passaportes recolhidos.

Os cinco sírios presos no aeroporto internacional Governador Aluízio Alves, na Região Metropolitana de Natal, em novembro do ano passado, foram soltos pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte. A liberdade provisória foi concedida pelo juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª vara Federal do Rio Grande do Norte, no início deste mês. Na decisão, o juiz determinou que Massoud Douka, Azzam Omar, Ahmad Abdul Rhman Douka, Salah Aldeen Abdul Rhman Douka e Ahmad Mohamad Douka tivessem os passaportes recolhidos e os proibiu de deixar Natal sem autorização judicial.

Os sírios entraram no Brasil pelo Rio de Janeiro. Eles usavam passaportes originais e, segundo a Polícia Federal, foram recepcionados por membros brasileiros de uma quadrilha de coiotes. Após três semanas na capital carioca, partiram num voo doméstico para Fortaleza e, da capital cearense, para Natal, de onde partiriam para a Holanda num voo fretado com usando passaportes falsos. Em depoimento à Justiça Federal, o grupo disse que o objetivo era viajar até Amsterdã, onde se refugiariam da guerra civil na Síria.

Em fevereiro, os cinco denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica. O homens, com idades entre 23 e 47 anos, estavam presos desde o dia 6 de novembro do ano passado na cadeia pública Professor Raimundo Nonato Fernandes, na zona Norte de Natal. No mês passado, os sírios chegaram a ser apontados como líderes de uma rebelião no presídio, mas nada foi comprovado contra o grupo.

Na decisão, o juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias frisa que a liberdade provisória foi concedida porque "ainda não há notícia nos autos de que os réus tenham envolvimento na prática de outros crimes, uma vez que até o momento não houve qualquer resposta aos ofícios enviados à Interpol, às embaixadas da Síria e de Israel e ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados)".
Sírios pediram asilo no Brasil e aguardam decisão da Justiça (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

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