A população da Irlanda aprovou o casamento homossexual em um
referendo promovido nessa sexta-feira (22), segundo a rede pública de televisão
do país. Com base na totalização dos votos de 40 das 42 circunscrições, o sim
deverá ter 62,3% dos votos, garantindo a aprovação da nova reforma
constitucional que autoriza o casamento entre duas pessoas, sem distinção de
sexo. A Irlanda torna-se assim o 19º país – o 14º na Europa – a legalizar o
casamento gay.
No entanto, foi o único a organizar um referendo, transferindo
para o eleitor a decisão sobre o tema. Os demais países autorizaram pelo voto
parlamentar.
O resultado do referendo, 22 anos após a despenalização da
homossexualidade, constitui derrota para
a Igreja Católica irlandesa, que promoveu campanha ativa pelo não. Durante a
campanha, a Igreja, apoiada por grupos conservadores, movimentos antiaborto,
além de senadores e deputados, defendeu que o casamento homossexual atenta
contra os valores da família tradicional e vai modificar radicalmente os
processos de adoção, incidindo negativamente nos direitos dos menores.
A República da Irlanda promulgou em 2010 uma lei de relações
civis que, pela primeira vez, reconhecia legalmente os casais de pessoas do
mesmo sexo, mas não os classificava como casados, nem lhes conferia proteção
constitucional, como passa a ocorrer com a vitória do sim. Mais de 3,2 milhões
de irlandeses foram chamados na sexta-feira às urnas para se pronunciar contra
ou a favor do casamento homossexual em país onde é forte a influência da Igreja
Católica. A Irlanda, país de 4,6 milhões de habitantes, votou em 1995 pela
legalização do divórcio, apesar de a Igreja também ter sido contrária. O aborto
continua proibido, exceto nos casos de risco de morte da mãe
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