A presidente Dilma Rousseff não completou nem 10% do segundo
mandato, mas as dificuldades do governo com o Congresso já não são mais
novidades. Desde que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu uma
derrota histórica com o fim da CPMF (imposto do cheque), em 2007, o Congresso
se manteve sob controle do Executivo. A oposição era diminuta demais para
ameaçar. A base, satisfeita com o loteamento de cargos, não incomodava o
presidente da República, fosse ele Lula ou Dilma. Foram cerca de sete anos de
tranquilidade. No ano passado, entretanto, o bloco governista começou a se
desfazer. A crise política se agravou neste ano, com a renovação do Congresso e
as seguidas trapalhadas da articulação política de Dilma.
A série de derrotas começou com a eleição de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) para a presidência da Câmara, em 1º de fevereiro. De imediato, o peemedebista
conseguiu impor sua pauta e reduzir a influência do Executivo sobre o
Parlamento. De lá para cá, o governo tem sofrido derrotas em um ritmo incomum.
A última delas ocorreu na última semana, quando a Câmara aprovou uma
alternativa ao fator previdenciário. Eduardo Cunha é parte da explicação, mas
não é o único responsável pelo enfraquecimento da base no Congresso. A
impopularidade de Dilma e a crônica falta de diálogo do governo com os
parlamentares motivaram partidos governistas a adotaram uma postura mais
independente. Pode-se questionar os motivos dessa nova postura, mas o país
sempre ganha quando há independência real entre os poderes.
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