domingo, 24 de maio de 2015

Tijolos são feitos com material retirado de aterro sanitário

Calçada foi feita com tijolos feitos de material reciclável (Foto: Reprodução / TV TEM)


Um trecho de calçada da praça central de Cândido Mota (SP) é feita com um material inovador desenvolvido após uma iniciativa de uma ONG da cidade que trabalha com ações ambientais. O tijolo é produzido com plástico retirado do aterro sanitário.A calçada na frente de um prédio público foi construída há oito meses. A aparência é normal, mas os seus tijolos levam plástico na composição em uma tentativa de ajudar o meio-ambiente. Primeiro, a calçada precisa de uma camada de pedra e as peças são grudadas com areia, o que ajuda na absorção da água da chuva, diferente dos tijolos convencionais, que precisam ser rejuntados com concreto.

“Ele é mais rápido, tem três horas de assentamento, porque ele não usa massa comum, ele usa pó de pedra e areia para rejuntamento”, afirma o pedreiro Samuel Leite da Silva.Mas a maior vantagem é que a principal matéria-prima dos tijolos se acumula no aterro sanitário de Cândido Mota, o farelo de plástico, que vai atravessar a eternidade sem se decompor. A ONG  substituiu a pedra e a areia no processo de fabricação dos tijolos, que é artesanal e simples. O plástico é misturado ao cimento e a um impermeabilizante, encontrado em qualquer supermercado. Um pouco de água e logo a massa vai para a forma. Em 48 horas, já pode ser desenformado e demora dez dias para curar na água.
Os modelos para calçadas já foram testados, e logo eles pretendem começar a erguer casas com a versatilidade do plástico, segundo o presidente da ONG Harolo Cesar Fernandes.  “A parte estrutural nós vamos desenvolver mais alguns testes porque ele requer mais responsabilidades pelo fato de segurança das pessoas.”Outro lado do tijolo de plástico está na geração de emprego. Seria necessária mão de obra para triar o material nos aterros. Para catadores como o Valdir Aparecido da Rocha, uma oportunidade de ter uma renda melhor. “A gente ajuda o meio ambiente tirando as coisas do aterro e consegue um dinheiro pra gente.”

A mesma mistura de cimento e plástico também tira dos aterros outros produtos que não se decompõem, como uma manta usada em indústrias que pode ser transformada em vasos para decorar o jardim. Por enquanto, a produção é experimental. Com investimento, eles poderiam colocar toda a linha de produtos no mercado. “O que falta pra gente é um investimento financeiro”,  explica a integrante da ONG Clarice Pereira dos Santos.Além do tijolo de plástico, a ONG também faz sabão com óleo de cozinha usado, cachepô com fibra de vidro e têm previsão de começar a produzir biodiesel.

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