Um trecho de calçada da praça central de Cândido Mota (SP) é
feita com um material inovador desenvolvido após uma iniciativa de uma ONG da
cidade que trabalha com ações ambientais. O tijolo é produzido com plástico
retirado do aterro sanitário.A calçada na frente de um prédio público foi
construída há oito meses. A aparência é normal, mas os seus tijolos levam
plástico na composição em uma tentativa de ajudar o meio-ambiente. Primeiro, a
calçada precisa de uma camada de pedra e as peças são grudadas com areia, o que
ajuda na absorção da água da chuva, diferente dos tijolos convencionais, que
precisam ser rejuntados com concreto.
“Ele é mais rápido, tem três horas de assentamento, porque
ele não usa massa comum, ele usa pó de pedra e areia para rejuntamento”, afirma
o pedreiro Samuel Leite da Silva.Mas a maior vantagem é que a principal
matéria-prima dos tijolos se acumula no aterro sanitário de Cândido Mota, o
farelo de plástico, que vai atravessar a eternidade sem se decompor. A ONG substituiu a pedra e a areia no processo de
fabricação dos tijolos, que é artesanal e simples. O plástico é misturado ao
cimento e a um impermeabilizante, encontrado em qualquer supermercado. Um pouco
de água e logo a massa vai para a forma. Em 48 horas, já pode ser desenformado
e demora dez dias para curar na água.
Os modelos para calçadas já foram testados, e logo eles pretendem
começar a erguer casas com a versatilidade do plástico, segundo o presidente da
ONG Harolo Cesar Fernandes. “A parte
estrutural nós vamos desenvolver mais alguns testes porque ele requer mais
responsabilidades pelo fato de segurança das pessoas.”Outro lado do tijolo de
plástico está na geração de emprego. Seria necessária mão de obra para triar o
material nos aterros. Para catadores como o Valdir Aparecido da Rocha, uma
oportunidade de ter uma renda melhor. “A gente ajuda o meio ambiente tirando as
coisas do aterro e consegue um dinheiro pra gente.”
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