A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia
aceitou o pedido do cantor Roberto Carlos para participar do processo que
discute a legalidade da publicação de biografias não autorizadas. O caso deverá
ser julgado na próxima quarta-feira (10) O artista havia feito a solicitação
para ser incluído como amicus curiae, ou seja, parte interessada de um
processo, em maio do ano passado. A ministra acolheu o pleito em decisão
assinada no último dia 26.Cármen Lúcia é relatora da Ação Direta de
Inconstitucionalidade proposta pela Associação Nacional dos Editores de Livros
(Anel). A Anel questiona a norma vigente, ou seja, os dois artigos do Código
Civil que, na prática, impedem a produção de biografias sem o consentimento do
personagem-alvo da obra ou de seus familiares.
Roberto vai participar do processo por meio do Instituto
Amigo, entidade criada por ele em 2013, logo após sua saída do Procure Saber,
grupo formado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros. Um
desentendimento entre Caetano e Roberto, além da grande repercussão de
declarações feitas pelo Procure Saber, consideradas por parte da opinião
pública como defesa da censura, provocou o racha que resultou na saída de
Roberto.O cantor, que já vetou uma biografia sobre ele em 2007 (Roberto Carlos
em detalhes, de Paulo Cesar de Araújo), defende o direito à intimidade e a
necessidade de autorização prévia do biografado e seus herdeiros para a
publicação de biografias no Brasil. Em entrevista sobre o tema, ele defendeu a
ideia de que apenas ele tem o direito de contar com propriedade sua própria
história.
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