A movimentação do presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre a discussão do impeachment não levará à
condenação da presidente Dilma Rousseff, na avaliação do ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo. "Estamos a anos-luz de uma possibilidade de
condenação da presidente e de uma proposta juridicamente aceitável. (O
impeachment) é impossível de acontecer em um estado democrático", afirmou
em entrevista no fim da noite de sexta-feira, 17.
Cardozo defendeu Dilma, afirmando que o Brasil "não
está acostumado a ser comandado por mulheres" e que ela sofre com
"preconceito e má informação de uma mulher que comanda com firmeza".
O ministro disse também que a presidente "nunca passaria nem perto de
qualquer ato de improbidade"."A presidente Dilma Rousseff é uma
pessoa honesta", afirmou Cardozo, que convive com a petista desde 2010,
quando atuou na coordenação da campanha presidencial.
No programa, o ministro voltou a rebater as críticas sobre o
encontro polêmico de Dilma com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na
cidade do Porto, em Portugal, e sobre a Operação Lava Jato, como fez na CPI da
Petrobras nesta semana.Ele disse que os vazamentos de informações à imprensa
são criminosos e devem ser punidos, porque as investigações têm de transcorrer
em sigilo.Cardozo defendeu a atuação da Polícia Federal, afirmou que o órgão
nunca teve tanta autonomia e pessoas com independência. Conforme o ministro, se
for constatado abuso na apreensão de veículos do ex-presidente Fernando Collor,
investigado na Lava Jato, haverá investigação.Ele voltou a expressar que é
contra a redução da maioridade penal e afirmou que os presídios no Brasil são
"masmorras medievais".
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