O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, confirmou em
depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que foi
informado pela Polícia Federal da existência de escutas clandestinas na cela do
doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR)
e das providências tomadas para apurar a irregularidade.
Segundo ele, a corregedoria da Polícia Federal agiu para
verificar a situação de ilegalidade que poderia estar ocorrendo no momento e
determinou a instauração de sindicância para investigar o possível envolvimento
de agentes da Policia Federal. “A sindicância tramita em sigilo e ainda está em
curso”, informou. O ministro afirmou que não tem conhecimento do conteúdo da
sindicância. “Se, ao final, ficar comprovado que houve escutas ilegais, haverá
punições àqueles que as praticaram”, ressaltou.Cardozo disse que foi o ministro
que mais demitiu servidores que cometeram irregularidades. “Não vivemos mais em
uma ditadura para aceitar o desrespeito à lei. A Polícia Federal tem total
apoio do ministério para cortar na carne caso sejam comprovadas as
irregularidades.” O ministro disse que confia na corregedoria e acompanha
diretamente os processos envolvidos em ações ilegais. “Não tolerarei
transgressões nem injustiças”, afirmou.
Vazamentos seletivos
O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), questionou o
ministro sobre os vazamentos seletivos que estariam ocorrendo no âmbito das
investigações da Lava Jato. Cardozo respondeu que, apesar de haver casos em que
o próprio juiz Sérgio Moro, responsável pelo inquérito da Operação Lava Jato,
dá publicidade a alguns depoimentos, há outros casos em que os vazamentos são
de depoimentos sigilosos e, por isso, sua divulgação é ilegal. Ele deu exemplo
da delação do empresário Ricardo Pessoa.“Quando ocorrem situações desse tipo,
elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações
premiadas não são sentenças condenatórias. Um delator pode omitir, mentir,
falar a verdade, falar meia verdade. O que ele fala não tem valor probatório
definitivo e tem que ser investigado”, afirmou.
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