domingo, 19 de julho de 2015

Mulher é suspeita de ocultar corpo da própria mãe por quatro meses

      

Uma história tão macabra quanto inacreditável deixou moradores e autoridades policiais espantados na tarde dessa sexta-feira (17), no bairro Pousada da Esperança, em Bauru. Uma mulher de 56 anos é suspeita de ter escondido o corpo da própria mãe para, possivelmente, continuar recebendo a aposentadoria da mulher, que morreu aos 84 anos.Por se tratar, contudo, de crime de menor potencial ofensivo, Alzira Costa Cruz seguirá respondendo a inquérito em liberdade. O corpo da idosa, Natalina Costa da Cruz, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).A suspeita é de que o cadáver estivesse ocultado há, pelo menos, quatro meses. Em avançado estado de decomposição, o corpo estava dentro do quarto da vítima, em um colchão no chão, coberto por uma colcha e cercado por talco, cremes perfumados e incenso.

A porta do imóvel, localizado na quadra 4 da rua Vasco Pompermaier, era protegida por grades e estava trancada com cadeado pelo lado de fora. Logo na entrada, assim como nas demais portas da casa, foram dispostos pedaços de plástico e pano, possivelmente na tentativa de impedir a dissipação do odor para fora do imóvel.Toda a cena digna de filmes de terror só foi descoberta na tarde de ontem, após uma equipe do Programa Saúde da Família (PSF) tentar, pela manhã, uma nova visita à idosa, que era diabética e demandava cuidados médicos. Segundo os profissionais relataram à polícia, o último contato estabelecido com a paciente foi há cerca de cinco meses.“Em conversa com uma vizinha, a informação de que a senhora não era vista há muito tempo foi reforçada. Esta moradora, então, decidiu chamar a Polícia Militar”, comenta o delegado plantonista Mário Henrique Ramos.Os militares foram até a casa de Alzira, localizada ao lado da de Natalina. A mulher informou que a mãe estaria morando com outro filho em São Paulo desde abril e que não seria possível estabelecer contato com os parentes. Em diligências, os policiais conseguiram localizar uma irmã da idosa, moradora do Núcleo Gasparini, que revelou não conseguir encontrar a aposentada nas diversas vezes em que foi até sua residência.“Esta irmã contou que a Alzira nunca autorizava a entrada dela na casa, ora dizendo que a mãe havia saído, ora que estava dormindo”, detalha o delegado. Ainda diante dos PMs, esta familiar telefonou para os parentes em São Paulo, que garantiram que Natalina não os visitava há muitos anos.
Contradições
Na ligação, o filho da idosa acrescentou, ainda, que vinha depositando, periodicamente, dinheiro em uma conta bancária para que Alzira cuidasse da mãe, como forma de complementar o benefício da aposentadoria que Natalina recebia. Diante das contradições, a PM decidiu encaminhar Alzira à Central de Polícia Judiciária (CPJ) para registro de boletim de ocorrência de desaparecimento.“Como tinham muitas informações desencontradas nos relatos, achei melhor ir até o local”, conta o delegado. Com a anuência da irmã de Natalina, a equipe entrou na casa, acionou um chaveiro para abrir o cadeado e, ao entrar no quarto, descobriu o corpo em decomposição.“A filha disse que não sabia de nada, que acreditava que a mãe estava em São Paulo, versão que é bastante frágil diante das evidências”, pontua. O boletim de ocorrência foi registrado na CPJ como morte suspeita e ocultação de cadáver.
Investigações
A Polícia Civil ainda trabalha para descobrir se Natalina Costa da Cruz morreu de causas naturais ou se sofreu algum tipo de violência, provocada por lesões ou envenenamento. O
resultado do laudo necroscópico deve ficar pronto dentro de 15 dias e o toxicológico, em 45 dias.As investigações também seguirão em direção à movimentação da conta bancária da idosa, para desvendar se o benefício da aposentada vinha sendo sacado e por quem. “A única certeza que temos é de que a Alzira sabia que a mãe estava morta. Agora, resta saber se a motivação de ocultar o cadáver foi dinheiro, já que ela estava desempregada, e se, inclusive, ela contribuiu para a morte da mulher”, pondera o delegado Mário Henrique Ramos





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