A Igreja Católica não deveria ter “líderes vitalícios” em
suas fileiras, senão corre o risco de ser como um país sob ditadura, disse o
Papa Francisco nesta sexta-feira (3).Francisco, de 78 anos, já declarou
anteriormente que estaria pronto para renunciar em vez de ficar até o fim da
vida se sentisse que não pode continuar liderando a igreja de 1,2 bilhão de
fiéis por razões de saúde ou outras.“Sejamos claros. O único que não pode ser
substituído na igreja é o Espírito Santo”, afirmou o pontífice argentino em um
discurso a cerca de 30 mil pessoas durante um evento ecumênico na Praça São
Pedro.“Deveria haver um limite de tempo para os cargos (na igreja), que na
verdade são cargos de serviço”, disse ele durante sua fala, em parte preparada
e em parte improvisada.
Deixando claro que seus comentários não se restringem ao
clero, Francisco acrescentou: “É conveniente que todos (os cargos) na igreja
tenham um limite de tempo. Não há líderes vitalícios na igreja. Isto ocorre em
alguns países onde existe uma ditadura”.Em fevereiro de 2013, o antecessor de
Francisco, o papa Bento 16, se tornou o primeiro pontífice a renunciar em 600
anos.Em uma entrevista à televisão mexicana em março passado, Francisco disse
que o que Bento, agora conhecido como papa emérito, fez “não deveria ser considerado
uma exceção, mas uma instituição”.Mas, na mesma entrevista, ele afirmou não
gostar da ideia de uma idade de aposentadoria automática para os papas, por
exemplo aos 80 anos.
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