Semurb realiza levantamento da saúde de todas as árvores de Natal que promete pôr fim a acidentes como o que ocorreu ontem na rua Seridó: parte de uma planta caiu sobre o veículo de uma publicitária. Ninguém se feriu, mas houve prejuízo material.
A publicitária Camila Ferraz sentiu ontem na pele - no caso, na lataria de seu carro, adquirido há três meses - as consequências da falta de manutenção e de cuidados com as árvores da cidade. No meio da tarde, parte de uma algaroba desabou, na rua Seridó, em Petrópolis, danificando o veículo, que estava estacionado enquanto ela prestava atendimento a um cliente. Após o acidente, a complicação era fazer o Boletim de Ocorrência e tentar, agora, reaver o prejuízo do reparo acionando a prefeitura.
O problema vivido pela publicitária pode se tornar comum quando não há um trabalho rotineiro de conservação das árvores, falha que o município promete estar corrigindo. O setor de Arborização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) já inventariou quase 500 árvores de seis ruas com o objetivo de fazer o levantamento do total em todas as vias públicas de Natal. Não há prazo para terminar o trabalho.
Segundo o chefe do setor de Arborização da Semurb, Maurílio Américo, o inventário está sendo feito por etapas. Desde maio que os técnicos do setor estão nas ruas analisando a situação das árvores. É um trabalho inédito, e praticamente todos os dias a equipe está em campo.
A Semurb faz o georreferenciamento (mapeamento) das árvores que serão numeradas e catalogadas. O levantamento vai identificar a saúde de cada planta através da identificação fitossanitária, localização, espécie, altura da primeira ramificação. No diagnóstico também vai constar se há cupins, formigas ou pragas. “É um diagnóstico da situação de cada uma” explicou Maurílio Américo.
Até agora já foram inventariadas as árvores das avenidas Deodoro da Fonseca (144), ruas Apodi (72), Jundiaí (77), Seridó (52), Mossoró (21), em Petrópolis, e Avenida Duque de Caxias (76), na Ribeira.
Por espécie, as vias já inventariadas têm jambeiros ( Deodoro da Fonseca), castanholas (Rua Apodi), oiti (ruas Jundiaí e Mossoró), nim indiano (Rua Seridó) e espinheiro (Duque de Caxias). Estão em fase de levantamento, as árvores das avenidas Tavares de Lira, Hildebrando de Góes, Praça Augusto Severo, e ruas Esplanada Jardim e Almino Afonso, no bairro da Ribeira, Zona Leste.
“O levantamento é um subsídio precioso para o manejo das árvores da cidade. Será importante para a substituição e reposição”, disse Maurílio Américo. O inventário, frisou, é essencial para o gestor fazer o manejo das árvores.
“Sabendo quantas tem, onde estão, quais são, fica mais fácil fazer o manejo”, enfatizou o chefe do setor de Arborização. Com isso, complementou, se for necessário pode ser feita uma reconfiguração paisagística das árvores da cidade.
O efeito do inventário poderá ser sentido nas alamedas que formam os principais corredores de circulação em Natal. Por exemplo: nas árvores em que forem constatadas pragas, os técnicos podem indicar outras espécies para substituição. Quando são plantadas em alamedas (fileiras) é mais fácil o contágio. Se houver identificação de praga, e se a decisão técnica indicar a supressão (corte), a árvore substituta será por outra espécie mais resistente para evitar disseminação aos vegetais.
Diferente do passado, com o inventário os gestores vão poder identificar a necessidade de troca de espécies e alternativas técnicas de reposição com plantio de espécies variadas.
No dia 31 de março deste ano, uma das algarobas da Avenida Salgado Filho, do canteiro central próximo do Hospital Walfredo Gurgel, no Tirol, tombou. Para evitar mais danos, equipes da Semurb fizeram levantamento fitossanitário das outras algarobas e cinco delas tiveram de ser cortadas e substituídas por outras espécies como craibeiras.
A meta agora é para toda árvore arrancada haver substituição com replantio, de preferência espécies nativas. Algaroba, por exemplo, é uma árvore exótica, importada do Peru, mas inadequada para áreas urbanas por causa de suas raízes superficiais.
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