Segundo a delegada Michelle, muitas mulheres têm medo de sofrer algo pior e preferem apenas solicitar a retirada de seus pertences.
A violência contra as mulheres é uma grave violação dos direitos humanos. As consequências vão além dos impactos físicos, emocionais e psicológicos. Afeta a mulher, sua família, a comunidade. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Norte é o quinto estado brasileiro com maior índice de casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
A delegada Michelle Porto de Barros, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), destacou que cerca de 500 inquéritos policiais já foram abertos somente neste ano. Um aumento significativos em relação aos anos anteriores. De acordo com a delegada, esse crescimento demonstra que as mulheres estão mais cientes dos seus direitos. “As vítimas de violência estão denunciando mais e isso é resultado das políticas públicas para as mulheres”, detalha.
Apesar do crescimento, ainda existe uma lacuna que separa o real número de casos de violência dos dados que são divulgados. Isso porque muitas mulheres não formalizam queixas contra seus agressores. Segundo Michelle, entres os motivos que explicam o silêncio das vítimas, estão a falta de autonomia econômica e o receio dos agressores agirem de maneira mais drástica. “Muitas são dependentes financeiras de seus companheiros e preferem não registrar os crimes. Elas também têm medo de sofrerem algo pior e preferem, em muitos casos, apenas solicitar a retirada de seus pertences”, explica.
Dados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) revelam que o estado tem 15 mil processos judiciais relacionados a crimes contra a mulher. Graças à Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em setembro de 2006, houve uma diminuição de 10% nos casos de mulheres agredidas. No entanto, mesmo diante da redução, os dados ainda são preocupantes.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) oferece todo um atendimento as vítimas, realizando exames, atendimento psicológico e até refúgio em casas sigilosas.
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