O presidente municipal do PSDB decidiu apelar para uma
estratégia "petista" que nunca foi usada pelo tucanato: a cobrança de
um "dízimo" mensal dos filiados do partido na tentativa de tirar a
legenda do vermelho. A dívida do diretório paulistano do partido é de R$ 200
mil.O recolhimento servirá para pagar despesas básicas de funcionamento da
sigla, como aluguel da sede, pagamento de funcionários, advogados e contador,
além de financiar o processo das prévias que escolherão o candidato à Prefeitura
de São Paulo em 2016."Temos que preparar as prévias e não temos dinheiro.
Em 2012, elas custaram R$ 300 mil. Por isso, no ano que vem, vamos propor que
os filiados contribuam, o que não é uma tradição do partido", disse o
vereador Mário Covas Neto, presidente do PSDB paulistano. Os tucanos estimam um
gasto de cerca de R$ 250 mil na realização da disputa interna, marcada para o
fim de fevereiro.
Segundo ele, o assunto será discutido durante reunião da
Executiva do partido no dia 11 de janeiro. "A ideia original é que o
filiado pague uma contribuição conforme sua taxa de renda", detalhou o
dirigente.O ex-tesoureiro do PSDB paulista Felipe Sigollo ratifica a medida.
"Acho uma decisão mais do que justa. A cobrança foi algo que sempre
defendi, mas nunca aconteceu", afirmou.Segundo Sigollo, o diretório
municipal do PSDB não tem nenhuma fonte fixa de recursos. "É uma tradição
o presidente do partido ir atrás de doações e promover jantares." São
raros os casos, diz, até de parlamentares que contribuem com regularidade para
os cofres do PSDB. No PT, por exemplo, os filiados com cargo público e eletivo
são obrigados a pagar uma taxa fixa mensal.
Para o ex-deputado José Aníbal, presidente do Instituto
Teotônio Vilela, do PSDB, a ideia é "simpática", mas ele prevê que
haverá resistência interna. "O partido precisa encontrar meios de pagar as
suas contas", disse. Ele é um dos pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de
São Paulo.Antes do "dízimo", o PSDB paulistano havia causado uma
polêmica interna ao cobrar uma taxa de R$ 20 mil dos interessados na disputa à
vaga de candidato municipal. Os dois inscritos, até o momento, Andrea Matarazzo
e João Doria, pagaram o valor
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