“Comecei ajudando ele a estudar e, quando ele estava no primeiro ano do Ensino Médio, prometi que faria o Enem junto com ele, como forma de incentivá-lo. Foi então que fiquei surpreendido com a boa nota que obtive. A ficha não caiu e acho que vai demorar mais uns dois dias para cair”, disse ao G1 nesta quarta-feira (19).
Ulisses Monteiro ficou com média 785 e foi aprovado para o primeiro semestre do curso na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), no campus da cidade de Jequié. Ele precisa fazer a matrícula até o dia 26 de janeiro. Após o resultado, o fisioterapeuta fez um post em seu perfil na rede social Facebook comemorando a aprovação.
A emoção do pai foi ainda maior porque o filho, Alírio Caribé Ribeiro, também foi aprovado para o curso de medicina após fazer o vestibular de uma faculdade particular de Salvador. O rapaz mora na capital, na casa dos avós, desde o ano passado, quando se mudou para fazer cursinho. O jovem deve começar a fazer o curso universitário em fevereiro.
“Ele não conseguiu nota suficiente para passar numa [faculdade] pública pelo Sisu agora, mas já havia passado na particular no fim do ano passado. Agora, a gente aguarda o resultado do Prouni [Programa Universidade para Todos] para ver se ele consegue uma bolsa integral ou parcial”, destacou. O MEC abriu na terça-feira a consulta para as 203.602 bolsas de estudo que serão oferecidas na primeira edição de 2016 do Prouni. O resultado da seleção deve ser divulgado em 25 de janeiro.
O fisioterapeuta contou que, quando adolescente, já tinha pensado em ser médico, mas disse ter desistindo da ideia com o passar do tempo. “Eu comecei a trabalhar como fisioterapeuta, e também dando aulas, e isso não estava mais nos meus planos. Tinha desistindo da ideia. Agora, com essa aprovação, o sonho de infância ressurgiu e decidi cursar. Vou ter que reduzir minha carga de trabalho e dividir as atividades com a minha esposa, que também é fisioterapeuta”, afirmou.
Segundo Ulisses, a vontade do filho Alírio era poder estudar junto com o pai numa mesma faculdade. “Quando saiu o resultado dele, fiquei imensamente feliz e até fizemos festa. Ele está decidido a continuar estudando para tentar uma faculdade pública. Ainda é muito jovem. Quando ele era pequeno eu tentava não influenciar na profissão que ele iria seguir, porque sempre falava que a gente que fazer o que gosta. Ele desistiu da ideia de fazer direito quando faltavam dois anos para terminar o segundo grau e disse que faria medicina. Eu perguntei se era isso mesmo e até mostrei os desafios da profissão, mas ele disse que sim”, afirmou.
O pai conta que pretende, mesmo distante, continuar trocando conhecimento com o filho pelas redes sociais sobre os conteúdos dados em sala de aula. “Mesmo morando com os avós, a gente mantém um contato muito grande. Somos amigos, parceiros de videogame. Ele vai continuar lá e eu aqui, mas nem por isso vamos deixar de trocar experiências. Tem que continuar sendo do jeito como sempre foi: um ajudando o outro”.
Fonte: G1
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