Armas e medicamentos apreendidos no zoológico (Foto: Daniel Silveira / G1)
O presidente da fundação RioZoo, Sergio Luiz Felipe, foi levado para prestar esclarecimentos a policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) nesta segunda-feira (25), por conta de irregularidades encontradas no zoológico do Rio. Durante operação policial, foram achados 160 kgs de carne vencidos que seriam utilizados para consumo, além de medicamentos que também estavam vencidos e de armas ilegais.
Foram encontradas quatro espingardas de diversos calibres, sem registro, em um armário dentro do hospital veterinário, junto com outros rifles de ar comprimido. Sérgio foi conduzido para prestar depoimento.
De acordo com o delegado assistente da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, João Ismar Rocha da Silva, um inquérito instaurado em 2014 apura denúncias de maus-tratos aos animais mantidos no zoológico do Rio.
"Após a interdição determinada pelo Ibama, voltamos lá para verificar a situação dos animais. Nos surpreendeu encontrar essas armas, os medicamentos vencidos e a grande quantidade de alimento estragado. Agora temos de apurar minuciosamente qual a origem dessas armas e se os medicamentos e alimentos estragados eram fornecidos aos animais", disse.
Segundo o delegado, o presidente da Fundação RioZoo disse em depoimento que desconhecia a existência das armas no setor veterinário. "Elas não têm registro e não sabemos a procedência delas", destacou o delegado.
Sobre os alimentos estragados, Sergio Luiz Felippe justificou que pode ter havido uma falha no fornecimento de energia elétrica que prejudicou o funcionamento dos refrigeradores.
Crise no zoo
Desde o dia 14 de janeiro, a visitação ao zoológico está embargada pelo Ibama. O órgão entendeu que não havia condições de funcionamento para o local, que tinha animais machucados e situação precária e que enfrentava problemas de infraestrutura desde 2012.
Crise e abandono
Em outubro de 2015, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e vereadores fizeram uma visita ao Zoológico do Rio e encontraram diversas irregularidades, como animais machucados, instalações precárias, larvas de inseto nas águas e falta de manutenção.
"Na situação em que se encontra, o Zoológico do Rio não cumpre nem mais seu papel de educação ambiental. Não promove o ensinamento de respeito aos animais, importante valor social a ser repassado às futuras gerações. A visitação ao parque não é mais uma experiência positiva para as crianças ou a população em geral", disse o chefe do Núcleo de Fiscalização do Ibama no Rio de Janeiro, Vinícius Modesto de Oliveira, à época.
No último dia 19, em reunião com representantes da Secretaria Municipal de Ambiente (SMAC), Ministério Público Federal (MPF) e Ibama decidiram pela manutenção do fechamento até que o poder municipal garanta o bem estar mínimo dos animais e atendimento adequado aos visitantes.
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