Alvo de um pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou 31 dias na prisão em 1980 por liderar uma greve dos trabalhadores no ABC Paulista. O então líder sindical foi enquadrado na LSN (Lei de Segurança Nacional) pela ditadura militar.Lula foi preso em 19 de abril de 1980, no 17º dia do movimento grevista daquele ano. O encarceramento se deu na sede do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em São Paulo, que era comandado à época pelo delegado Romeu Tuma (1931-2010).Em depoimento gravado à Comissão Nacional da Verdade, o ex-presidente afirmou que os militares cometeram uma "burrice" ao prendê-lo. "O que aconteceu quando eles me prenderam? Foi uma motivação a mais para a greve continuar, as mulheres fizeram uma passeata muito bonita em São Bernardo do Campo, depois foi aquele primeiro de maio histórico, em que foi o Vinícius de Moraes, e a greve durou mais quase 30 dias", disse o ex-presidente, em depoimento gravado em vídeo, em dezembro 2014.
Ainda, no mesmo depoimento, Lula elogiou o tratamento recebido na cadeia, onde fez uma greve de fome que durou seis dias e chegou assistir a uma partida do Corinthians, time de sua predileção. Ele chegou a ser liberado para acompanhar o enterro da mãe.Quando nós fomos presos, uma coisa que o Tuma ficava indignado era quando ele interrogava um cara que tinha uma formação ideológica de algum grupo político. O Tuma dizia: 'Esse pessoal, quando interrogado, tem toda uma história certinha para contar, parece que estudou e decorou um ritual'. Os metalúrgicos não, a gente falava a única coisa que a gente sabia, ou seja, por que a gente fez greve? Porque a gente queria aumento de salário. E o que deixava o Tuma indignado, era que o discurso era um só, a explicação nossa era uma só, não tinham duas explicações", afirmou o ex-presidente em depoimento à Comissão Nacional da Verdade.
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