O PSB ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal
(STF) para suspender imediatamente os efeitos de duas normas que proíbem a
doação de sangue por homens homossexuais caso estes tenham mantido relações
sexuais nos últimos 12 meses. A ação será relatada pelo ministro Luiz Edson
Fachin.Os gays que se enquadram neste perfil são proibidos de doar sangue pela
portaria 158/2016 do Ministério da Saúde e pela resolução 43/2014 da da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).De acordo com as normas, ficam
proibidos de doar sangue os homens que tiverem relações sexuais com outros
homens, assim como com as parceiras destes, no último ano
.Atualmente, todas as
pessoas que procuram um centro de doação passam por exames de triagem antes de
serem consideradas aptas a realizar o procedimento.Na ação, os advogados do PSB
argumentam que estas normas escancaram “absurdo tratamento discriminatório por
parte do Poder Público em função da orientação sexual”. Além disso, segundo a
legenda, as regras impedem que cerca de 19 milhões de litros de sangue sejam
doados anualmente.O PSB aponta na peça uma contradição de normas publicadas
pelo próprio governo federal já que, segundo a ação, em 2011, uma portaria do
Ministério da Saúde afirmava que a orientação sexual não deveria servir como
critério para seleção de doadores de sangue. Apesar disso, as portarias
publicadas pela pasta e pela Anvisa mantiveram a exclusão de homens
homossexuais.“Este é o quadro da legislação brasileira sobre o tema:
aparentemente progressista, mas notoriamente contraditória e impregnada de
preconceito – mantendo no ordenamento jurídico pátrio o repudiado tratamento
discriminatório em razão da orientação sexual”, afirma o partido na ação.O PSB
afirma ainda que a legislação brasileira já prevê a exclusão de pessoas que
tenham se relacionado com um ou mais parceiros ocasionais ou desconehcidos nos
últimos 12 meses, sem fazer distinção entre homossexuais ou heterossexuais.“As
normas questionadas vulneram os valores mais essenciais da nossa Constituição:
dignidade, igualdade e solidariedade. O Supremo vem garantindo avanços no
reconhecimento de direitos LGBT e acreditamos que essa tendência será
confirmada no caso”, disse o advogado Rafael Carneiro, um dos responsáveis pela
ação.
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