A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu hoje
(7) retirar R$ 1,094 bilhão do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético
(CDE) deste ano. Com a decisão, o valor da cota da CDE paga pelos consumidores
passa de R$ 12,9 bilhões para R$ 11,8 bilhões. Segundo a Aneel, a mudança
poderá resultar na redução de cerca de 1% nas tarifas de energia. O valor será
calculado nos reajustes das tarifas que acontecem durante o ano para cada
distribuidora.A mudança foi feita a pedido da Associação Brasileira de Grandes
Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) e da Light,
que pediram a exclusão dos recursos de financiamento
da Reserva Geral de
Reversão (RGR) do orçamento da CDE de 2016, alegando que o custeio da RGR com
recursos provenientes da CDE é ilegal.Para a Abrace, o uso dos recursos da RGR
para financiar investimentos das distribuidoras em programas de universalização
caracteriza subsídio cruzado sem previsão legal. A Light alegou que a inclusão
de R$ 1,094 bilhão no orçamento da CDE deste ano, a título de financiamento da
RGR, representa R$ 74 milhões adicionais em sua cota anual.Segundo determinação
da Aneel, a Eletrobras não deverá mais fazer financiamentos com recursos da
RGR. Para o diretor-geral da agência, Romeu Rufino, a inclusão dos recursos na
CDE poderia ser considerada um empréstimo subsidiado. “Não cabe arrecadar do
consumidor recursos para suprir um fundo para a Eletrobras emprestar para
empresas, isso não faz sentido. E a visão da procuradoria [da Aneel] é que não
há legalidade para isso”, disse Rufino.A CDE é um fundo do setor elétrico criado
para promover a universalização do serviço de energia elétrica, subsidiar a
tarifa social e estimular fontes renováveis de energia.
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