O Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, e
Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Parnamirim, e do Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), além do secretário
do Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), detalharam
informações da Operação Implosão, que, com apoio da Polícia Militar,
desarticulou associação criminosa que fraudava licitações e desviava recursos
em Parnamirim, na região Metropolitana de Natal.Na entrevista coletiva foi
informado que o objeto da investigação foram fortes indícios da existência de
“esquema” de desvio de dinheiro público através de fraudes em licitações por
grupos de empresas que atuam no ramo da construção civil para a prestação de
serviços
de pavimentação de ruas e obras de pequenos reparos em prédios
públicos em geral. “Paralelamente, a Polícia Federal também fez hoje operação
com o objeto parecido e houve o compartilhamento de informações”, disse o
Procurador-Geral de Justiça.Participaram da entrevista coletiva além do
Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis, e da coordenadora do Gaeco, Patrícia
Martins, os Promotores de Justiça de Parnamirim, Sérgio Gouveia e Juliana
Limeira Teixeira, e o secretário de Controle Externo do TCE, Anderson Brito.A
Promotora de Justiça Patrícia Martins, coordenadora do GAECO, informou que
todos os 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e apenas um dos 21
mandados de condução coercitiva expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da
Comarca de Parnamirim não foi cumprido, devido a pessoa investigada estar em
viagem.Dentre as irregularidades, as investigações identificaram indícios de
fraudes em diversos procedimentos licitatórios, do período de 2009 a 2015,
consubstanciados em fracionamento indevido de licitação; ausência de processos
de pagamentos; rodízios entre as empresas participantes para a prestação de
serviços de pavimentação de ruas e construção de obras públicas; existência de
vínculos entre os sócios das empresas investigadas; existência de empresas
“fantasmas” vencedoras de licitações; existência de empresas cujo quadro
societário é formado por beneficiários de bolsa família ou por “laranjas”.O
MPRN informou que dez empresas são ligadas a empresa LC Construções que possui
contrato com o município desde 2004 e transações bancárias mostraram a
interligação entre elas. O Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis,
esclareceu que a investigação não verificou ainda se há relação das
irregularidades com o titular da secretaria municipal de Obras.Dados informados
pelo município de Parnamirim ao TCE/RN apontaram que R$ 19 milhões foram
contratados pelo poder público com as empresas investigadas, no período de
2009/2015, contudo foram verificados recebimentos dessas empresas, pagos pela
Prefeitura, da ordem de R$ 36 milhões.O próximo passo da investigação será
analisar todo o material apreendido. Em razão dos elementos já colhidos durante
a investigação, ficou demonstrado a materialidade e fortes indícios de autoria
dos crimes de peculato (art. 312, do Código Penal), fraude à licitação (art. 90
da Lei 8.666/93) e formação de quadrilha (art. 288, do Código Penal).
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