O sistema prisional potiguar, que há 1 ano e 7 meses encontra-se em estado de calamidade, é tema de uma audiência pública que acontece nesta terça-feira (1º de novembro) na sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Norte (OAB/RN). A seccional potiguar fica na Av. Câmara Cascudo, no bairro de Cidade Alta, Zona Leste da cidade. A audiência começa às 14h30 e a entrada é franca.o objetivo
do debate é mobilizar a sociedade civil para discutir os rumos do sistema
penitenciário potiguar. O tema escolhido foi ‘APAC e privatização: como fica o
sistema prisional?’. “A grave situação das unidades prisionais do estado, que
chegou ao ponto de interferir na vida cotidiana de Natal e de todo o RN, gerou
um quadro de completa insegurança pública, reflexo do descaso na gestão do
sistema prisional. Visando contornar essa situação, o governo decretou estado
de calamidade pública no sistema prisional, mas passados mais de um ano dessa
situação, não temos observado planos de ações pensados para superar os
obstáculos encontrados hoje”, ressalta Gabriel Bulhões, presidente da Comissão
de Advogados Criminalistas da OAB/RN.
Em Macau, cidade da região salineira do
estado, existe uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC),
considerada referência quando o assunto é a ressocialização de apenados.
Segundo a OAB/RN, a unidade é exemplo de uma alternativa de gestão prisional
humanizada, com custos reduzidos para o Estado e que pode ajudar a diminuir os
índices de reincidência. “As APACs possuem em seu quadro alguns poucos
funcionários para a parte administrativa. Porém, operam com o maior número de
voluntários, inclusive toda a direção. O método possui rigor disciplinar e
desenvolve no ‘recuperando’ o senso de responsabilidade e de socialização.
Trabalha-se no sentido de tratar com dignidade aquele ser humano que ali está,
fazendo cumprir todos os preceitos da Lei de Execução Penal (LEP). Não se
admite nenhuma flexibilização à LEP, nem para beneficiar, nem para prejudicar”,
ressalta. foram convidados para debater o tema representantes das secretarias
de Justiça e Cidadania, Segurança Pública e Defesa Social, polícias Militar e
Civil, Corpo de Bombeiros, Tribunal de Justiça, Justiça Federal, Assembleia
Legislativa, Câmara Municipal, entre outros.Segundo a Secretaria de Justiça e
da Cidadania (Sejuc), órgão responsável pelo sistema prisional do estado, o Rio
Grande do Norte possui 33 unidades prisionais. Juntas, elas oferecem 3,5 mil
vagas para uma população carcerária de 8 mil presos, ou seja, deficit de 4,5
mil vagas Além de unidades depredadas e da superlotação, mortes e fugas são
problemas que o sistema prisional potiguar enfrenta diariamente. Somente este
ano, 24 detentos morreram de forma suspeita ou foram assassinados dentro de
unidades prisionais mantidas pelo Estado. E mais: 347 detentos já escaparam do
sistema prisional potiguar somente em 2016.
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