Feita em pleno período de campanha eleitoral interna, a convocação extraordinária da Assembleia para apreciação do plano de aplicação do empréstimo de 850 milhões de reais começa a produzir ruídos. O presidente da casa, deputado Ricardo Motta, pediu ao governo do Estado apresente maior detalhamento da destinação do financiamento a ser contraído junto ao Banco do Brasil.
O pedido de mais detalhamento soou como uma tentativa de dificultar ou adiar a convocação e a aprovação do empréstimo. O governo tem pressa. E o deputado Ricardo Motta e os apoiadores de sua candidatura à reeleição tem um trunfo na mão. Ao que parece, a convocação extraordinária, a menos de duas semanas para a eleição da mesa diretora da Assembleia, poderá se transformar em moeda de negociação política. No Legislativo e fora dele, todo mundo político sabe que deputados se articulam para buscar o apoio do governador para se viabilizar uma candidatura à presidência da Assembleia. E agora, com o pedido de mais informações sobre o uso do dinheiro do empréstimo, até o governo sabe que uma convocação tranquila pode significar uma eleição sem sustos. E vice-versa. E que o pedido de informações administrativas pode ser um recado. Será?
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