O papa Francisco afirmou que seu país natal, a Argentina,
corre o risco de se "mexicanizar" devido ao avanço do tráfico de
drogas, causando uma polêmica com o México.
A declaração está em uma carta enviada pelo pontífice ao
político e ativista Gustavo Vera, da ONG argentina La Alameda, com a qual o
papa já colaborou no passado."Oxalá ainda tenhamos tempo de evitar a
mexicanização. Estive falando com alguns bispos mexicanos e a coisa é aterrorizante",
escreveu o papa.O governo do México disse que enviará uma nota diplomática ao
Vaticano em resposta a esta declaração.
Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores do
México, José Antonio Meade, disse que se reuniu com o núncio apostólico no
México, Christopher Pierre, para expressar a "tristeza e preocupação"
do governo mexicano com o comentário do papa.
O chanceler mexicano afirmou ao núncio que o problema do
tráfico de drogas é um "desafio compartilhado" com outros países e,
para combatê-lo, o México tem realizado nos últimos anos uma batalha intensa.
"Mais do que tentar estigmatizar o México ou qualquer
outra região dos países latino-americanos, o que (o papa) deveria (fazer) era
procurar abordagens melhores, espaços de diálogos melhores e maiores espaços de
reconhecimento dos esforços que México e América Latina fazem a respeito de um
tema que muito nos preocupa", disse Meade.Já na Argentina, a comparação
causou pouca polêmica, segundo correspondentes.
Outras comparações
Juan Carlos Pérez Salazar, correspondente da BBC Mundo no
México, lembrou que uma polêmica semelhante ocorreu em 2012, quando foi
realizado, no país, um seminário chamado "Colombianização do México,
mexicanização da Colômbia".
De acordo com o correspondente, os dois países não gostaram
das comparações - mas ambos tem problemas semelhantes como a forte penetração
do narcotráfico na sociedade, altos índices de violência e corrupção e perda de
controle sobre alguns territórios.
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