O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal
em Curitiba a condenação do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró por lavagem de dinheiro. De acordo com investigadores da
Operação Lava Jato, parte da propina recebida por Cerveró foi procedente do
exterior, por meio de empresas sediadas no Uruguai, na Inglaterra, na Espanha e
na Suíça.A denúncia cita como prova do crime a compra de um apartamento
avaliado em R$ 7,5 milhões, no Rio de Janeiro, por meio da empresa Jolmey do
Brasil, criada para ocultar o dinheiro recebido pelo ex-diretor.
“Note-se que a empresa Jolmey do Brasil não realizou outro
investimento imobiliário no Brasil ou desempenhou qualquer outra atividade
econômica lícita, sendo que todo o dinheiro que circulou em sua conta-corrente
era oriundo dos ‘aluguéis’ pagos por Cerveró”, destaca o MPF.No processo, a
defesa de Cerveró alegou que a denúncia não apresentou provas relacionadas à
imputação do crime de lavagem de dinheiro e pediu absolvição sumária do
ex-diretor.Cerveró está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba
desde o dia 14 de janeiro, por tentar ocultar seu patrimônio. Ele foi preso no
aeroporto internacional do Rio de Janeiro, quando voltava de uma viagem à
Espanha e à Inglaterra.
De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, no dia 16 de dezembro, Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de
previdência privada e transferiu o dinheiro para sua filha, mesmo tendo sido
alertado pelo gerente do banco que perderia 20% do valor depositado.Em junho do
ano passado, Cerveró transferiu imóveis para seus filhos, com valores abaixo
dos de mercado. Na interpretação do MPF, o ex-diretor tentou esconder seu
patrimônio.
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