Cerca de 4 mil contribuintes com débitos tributários
estimados em um total 427 bilhões de reais terão o patrimônio monitorado pela
Receita Federal e poderão ver seus bens bloqueados em ação de recuperação de
dívida posta em prática em momento de fraca arrecadação de impostos e
dificuldade de cumprimento da meta de superávit primário.Na operação anunciada nesta
terça-feira (12), 3.854 contribuintes com dívidas tributárias superiores a 2
milhões
de reais terão bens periodicamente monitorados. Isso será feito em
cartórios, bolsa de valores, Detrans e declarações do Imposto de Renda para
acompanhamento de venda ou transferências a terceiros de imóveis, veículos,
embarcações, aeronaves e bens móveis.
Nas situações em que o Fisco detectar dilapidação do
patrimônio dos devedores, os bens serão bloqueados a pedido da Receita Federal
para assegurar o pagamento dos débitos. Do total das empresas com bens
monitorados, 1.549 estão em São Paulo e devem 245 bilhões de reais.A
finalidade, segundo o subsecretário de arrecadação, Carlos Roberto Occaso, é
evitar a dilapidação do patrimônio antes de o governo recuperar a dívida. Com a
operação, Occaso disse esperar que os contribuintes tomem a iniciativa de
procurar o Fisco federal para eventuais acordos e negociações dos valores
devidos. "O objetivo é alavancar a arrecadação", afirmou o
subsecretário.
Entre janeiro e março, o recolhimento de tributos federais
somou 309,376 bilhões de reais, com queda real de 2,03% em relação a igual
período do ano passado. O desempenho fraco torna mais difícil o cumprimento da
meta de superávit primário de 66,3 bilhões de reais para este ano, equivalente
a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses encerrados em março, o
resultado estava negativo na proporção de 0,70% do PIB.Grandes contribuintes na
mira - Em ação complementar, a Receita Federal vai intensificar também o
acompanhamento a grandes contribuintes, um universo que abrange 9.478 grandes
empresas com faturamento anual superior a 150 milhões de reais e 5.073 pessoas
físicas com renda anual superior a 13 milhões de reais.O acompanhamento dos
auditores passa agora a ser feito de forma sistemática para verificar eventuais
anomalias na arrecadação potencial desses contribuintes.O acompanhamento
abrangerá grandes indústrias, instituições financeiras de grande porte, grupos
do comércio varejista e atacadistas, empresas de grande porte do setor de
serviços e do agronegócio.
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