A partir de maio, as cooperativas de crédito estarão
incluídas definitivamente no Sistema BacenJud, desenvolvido em 2001 pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Banco Central com o objetivo de
tornar mais fácil e ágil o trâmite de ordens judiciais no Sistema Financeiro
Nacional. O cadastramento das cooperativas está em fase de teste, conforme
determinou o Comunicado do Banco Central nº 29.353, de 12 de abril de 2016.
Atualmente, o sistema BacenJud concentra quase a totalidade (98,55%) dos
pedidos de bloqueios de valores ou de informações feitos pela Justiça
brasileira.Por meio das cooperativas, as pessoas (sócios) fazem suas
movimentações financeiras sem utilizar os bancos tradicionais
De acordo com o
conselheiro Carlos Eduardo Dias, a inclusão das cooperativas de crédito no
sistema sempre foi uma demanda pleiteada pelos magistrados, e discutida no
Comitê Gestor do BacenJud, do qual o CNJ faz parte. “Muitas empresas direcionam
recursos para estas cooperativas”, afirmou o conselheiro Dias.Segundo
levantamento feito pelo Banco Central, o número de bloqueios de valores feitos
pelo BacenJud chegou a 3.618.032 no ano de 2015. Já os ofícios em papel foram
utilizados em apenas 53.236 casos. Antes da criação do sistema, pedidos de
bloqueio de valores ou requisição de informações eram feitos por meio de
ofícios, o que causava demora no cumprimento das ordens judiciais e poderia
comprometer a eficácia da decisão judicial.Em março do ano passado, o Plenário
do CNJ aprovou a edição de uma recomendação (Recomendação n. 51) para que todos
os magistrados passassem a utilizar exclusivamente os sistemas BacenJud,
RenaJud e InfoJud na transmissão de ordens judiciais ao Banco Central, ao
Denatran e à Receita Federal. A proposta de recomendação, da Comissão
Permanente de Tecnologia da Informação e Infraestrutura do CNJ, busca reduzir
ou eliminar o envio de ofícios de papel e está amparada na Lei n. 11.419, de
2006, que determina que todas as comunicações oficiais que transitem entre
órgãos do Poder Judiciário e dos demais Poderes devem ser realizadas,
preferencialmente, por meio eletrônico.
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