sexta-feira, 10 de abril de 2015

CAMPESTRE: MAIS UMA VEZ A SITUAÇÃO DA CASA DE CULTURA DE SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE É DESTAQUE NA MÍDIA ESTADUAL

AGORA FOI A VEZ DA TRIBUNA DO NORTE DESTACAR O DESPEJO DA CULTURA DO NOSSO MUNICÍPIO, CONFIRA A MATÉRIA NA ÍNTEGRA ABAIXO:

O único espaço cultural da pequena São José do Campestre, município da Borborema Potiguar distante 100km de Natal, está fechado há dez dias. Após quase onze anos funcionando de forma ininterrupta, a Casa de Cultura da cidade, uma das mais ativas entre as 28 instaladas no Rio Grande do Norte, atravessa um momento de turbulência na gestão que interrompeu o trabalho e pegou artistas da região e a própria direção da Fundação José Augusto de surpresa: no último dia 24 de março, três dias depois de um encontro positivo entre artistas que utilizam o espaço com o ator Rodrigo Bico, presidente da FJA, um novo agente de cultura foi nomeado via Gabinete Civil da Governadoria e, de maneira arbitrária, desconstruiu o que vinha sendo feito.

Júnior Santos
A antes agitada Casa de Campestre agora está com seu museu fechado e os estudantes não tem mais onde participar das oficinas

A antes agitada Casa de Campestre agora está com seu museu fechado e os estudantes não tem mais onde participar das oficinas




Segundo relatos, além de não ter afinidade alguma com a área – fato que reforça a tese de indicação política pura e simples –, o novo agente de cultura Elson da Megasena (como é conhecido em Campestre) trocou o cadeado, mudou horário de funcionamento, despejou grupos que ensaiavam no lugar e destituiu Alexandre Domingos, 36, antes mesmo dele ser formalmente exonerado do posto.

“Não é pela vaidade de ser ou não ser agente de cultura, o que lamento profundamente é a descontinuidade do trabalho. O museu está fechado, os estudantes que frequentavam a Casa todos os dias deram com a cara na porta e o Boi de Reis Sete Estrelas ficou sem local para ensaios e apresentação. Temos programação definida até o mês de julho e estamos na batalha para levar o grupo para um encontro de Bois em Aliança (PE)”, disse Alexandre Domingos por telefone a reportagem do VIVER. Ele estava na sede da Fundação José Augusto, onde participou de uma reunião com Rodrigo Bico e a prefeita de Campestre Sione Ferreira (PMN). 

“Há uma luz no fim do túnel, Bico e a prefeita têm total interesse em manter a Casa funcionando e que os grupos permaneçam por lá. As perspectivas são boas, e pelo que entendi vou dividir responsabilidades com o novo agente”, adiantou Alexandre, ator e produtor cultural ligado à manifestações de cultura popular, que agora aguarda renomeação para voltar as atividades que incluem oficinas, aulas de alfabetização, lojinha de artesanto, exposições e local de ensaio para diversos grupos como o Boi de Reis Sete Estrelas, o Coco de Roda Flor do Muçambe e o grupo percussivo Tambores de Reis.

Servidor público dedicado à cultura

“A prefeita ficou sensibilizada com a situação e conseguiu um carro para fazermos a mudança e uma casa para guardarmos nossas coisas enquanto a situação não é resolvida”, informou. Vale frisar que Alexandre Domingos é servidor público estadual, cedido à FJA pela Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania), e sua função à frente da Casa de Cultura de São José do Campestre não representa gasto extra para o Estado. Desde 2004 que Domingos movimenta a cena cultural em Campestre, em 2008 assumiu a gestão da Casa e em 2010 foi nomeado agente de cultura pela FJA.  

Também vale destacar que as ações da Casa em Campestre reverberar em outros sete municípios da região como Santo Antônio do Salto da Onça, Tangará, Serra de São Bento, Monte das Gameleiras, Lagoa d’Anta e São Paulo do Potengi.“Pensamos a Casa de Cultura como um pólo regional, tanto que naquele dia do encontro com Bico em Campestre (dia 21 de março) lançamos a pedra fundamental para se criar um Coletivo Cultural da Borborema Potiguar, justamente para articular os artistas da região. Uma proposta que animou a Fundação a levar a iniciativa para outras partes do RN”.

A reportagem do VIVER tentou contato com Elson da Megasena, mas como sua nomeação não foi feita via FJA e ele ainda não tomou posse, o setor que coordena as Casas de Cultura ainda não tem seu cadastro completo. José Messias, da FJA, coordenador das Casas de Cultura, confirma a informação: “Fomos pegos de surpresa, essa nomeação (de Elson da Megasena) não passou pela Fundação. Independente disso, nossa função aqui é fazer com que as pessoas trabalhem em sintonia com nosso planejamento. Alexandre vai ser renomeado para continuar colaborando”, aposta.

Rodrigo Bico reforça e esclarece: “Não conheço o novo agente, mas é importante que ele trabalhe concatenado com o que estamos propondo. O trabalho na Casa de Cultura de Campestre e louvável e temos grande desejo que continue. Não podemos em momentos de fragilidade, que as querelas políticas se sobressaiam da Cultura”. 

O presidente da Fundação informou que as 28 Casas de Cultura do RN estão funcionando de maneira precária “depois de passar quatro anos entregue às baratas. Poucas Casas têm acordo de parceria formalizado com as prefeituras locais, estamos trabalhando para reverter esse quadro”.

RAIO-X
Casa de Cultura de São José do Campestre

Inaugurada em 2008, funciona em um antigo galpão para armazenamento e venda de algodão
Investimento: 95 mil
Sob a gestão de Alexandre Domingos, o local funcionava de segunda a domingo das 8h às 22h
Estrutura: possui espaço para exposições temporárias, minimuseu, cantina e lojinha.
Programação fixa (até dia 23 de março): ensaios de grupos de cultura popular, aulas de alfabetização e apresentações
Atividades extras: palestras, cursos e oficinas esporádicas. Local de treinamento de agentes de saúde, reunião do Clube de Mães e de grupos ligados à Igreja Católica


FONTE: http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-despejo-da-cultura/310622


EM CONTATO COM O BLOG CAMPESTRE MANCHETE A ASSESSORIA DA PREFEITURA MUNICIPAL INFORMOU QUE ESTÁ SENDO TOMADO PROVIDENCIAS PARA DE UM NOVO ESPAÇO PARA O FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA JUNTAMENTE COM OS GRUPOS FOLCLÓRICOS E A ASSOCIAÇÃO CULTURAL CAMPESTRENSE.

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