sexta-feira, 5 de junho de 2015

Tráfico de drogas toma conta de escolas no DF

Tráfico de drogas toma conta de escolas no DF
Um problema silencioso, o do tráfico de drogas dentro de escolas (e não mais apenas do portão para fora), foi escancarado há três semanas em uma escola de Ceilândia (DF) quando um traficante da região entrou montado a cavalo em um colégio para cobrar uma dívida de um aluno. A cena, digna de filme, desencadeou uma série de ações que paralisaram o ensino na escola e mostraram que o tráfico está dentro de outras instituições de ensino da capital do País.
Ao longo das duas últimas semanas, a reportagem do R7visitou quatro escolas onde ensino e tráfico convivem, e testemunhou o trabalho da polícia dentro dos centros de ensino, professores e diretores acuados e consumo de drogas. Em uma das manhãs em que passou na escola, a reportagem viu uma menina sendo atendida após ter usado droga em um banheiro. Professores relataram que já flagraram consumo dentro das salas de aulas, e que não sabiam como coibir. Ameaçada de morte pelo tráfico, uma diretora foi exonerada.
A ação do traficante montado a cavalo é apenas uma de uma sucessão jamais vista de ações praticadas por supostos traficantes dentro das escolas da rede pública de ensino no Distrito Federal. Após o incidente, a rotina de diretores, professores e alunos em Ceilândia, a mais populosa cidade-satélite de Brasília, com aproximadamente 500 mil habitantes, mudou.
Os ataques paralisaram as atividades letivas, provocaram a exoneração de diretores e obrigaram o governo a reforçar o policiamento do Batalhão Escolar. Em alguns dos colégios, policiais militares têm uma sala só para eles. É o caso do CEF (Centro de Ensino Fundamental) 04, colégio com cerca de mil alunos, onde despacha o capitão Gislando Alves da Costa.
A presença dele e de um auxiliar na vigilância, prevista para durar um mês, inibiu os traficantes e usuários, mas não foi suficiente para interromper os flagrantes. Ainda é comum a apreensão de pequenas quantidades de maconha e outras substâncias, como o lança-perfume, embora, em outra escola, já tenha sido registrado o consumo de cocaína.

O pedido de socorro ao Batalhão Escolar ao qual pertence o capitão foi feito pela direção depois que um suposto traficante de 15 anos invadiu três vezes a escola montado num cavalo para cobrar uma dívida de R$ 30 de um aluno usuário de droga.
A cena, inusitada, ainda está na cabeça de uma professora, que, por razões de segurança, prefere manter-se anônima. Ela, que desenvolve um projeto de ensino de judô para alunos e aprendizes da comunidade, conhece o adolescente, reconhecido como líder de um grupo de menores infratores em parte porque é irmão de um temido criminoso de Ceilândia. Os dois perderam o pai vítima de um acerto de contas e desde então vivem no crime.
Segundo a instrutora faixa preta de judô, o adolescente gosta de animais e tem predileção por cavalos. Com um deles, na segunda-feira, 11 de maio, pouco depois das 15h, invadiu pela primeira vez a escola para onde retornou do mesmo jeito na mesma semana. Para funcionários do colégio, a ação teve efeito antagônico: o de torná-lo conhecido da Polícia e o de aumentar sua fama na comunidade.

O precoce traficante é oriundo da Escola Classe 2 onde estudam 520 alunos do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental. A escola tem um problema crônico, a falta de um porteiro ou vigilante

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