domingo, 23 de agosto de 2015

Programa Telemedicina alcança 584 mil diagnósticos no RN

Um programa da Secretaria de Saúde (Sesap-RN) está chegando aos rincões do Rio Grande do Norte, onde exames especializados como eletrocardiogramas são realizados através de celulares, telefonia fixa e internet com resultados em quinze minutos para urgência e trinta minutos para pacientes eletivos.  

O Programa de Telemedicina, desde que foi implantado, já realizou 345 mil eletrocardiogramas e quase 600 mil diagnósticos sem a presença física do cardiologista. No próximo dia 13 de setembro, o programa completa cinco anos com êxito. 


Em um estado com deficiência nos serviços públicos, onde a precariedade e falta de gestão na área de saúde encaminha milhares de pacientes do interior para a capital em busca de atendimento, o Telemedicina tem como objetivo encurtar a distância entre o exame, o diagnóstico e o tratamento em todos os 167 municípios do RN, inclusive na capital.

O coordenador do programa, Carlos Eduardo Albuquerque, o estado foi o primeiro do país a implantar a Telemedicina como política assistencial junto com a Rede de Atenção  à Saúde (RAIS).  Os números de atendimentos e diagnósticos são expressivos e a atual gestão, explica, tem dado uma atenção jamais vista no programa desde 2010, quando foi iniciado através de portaria do Ministério da Saúde, que liberou recursos para custeio com eletrocardiograma e os tele-eletros. 

A Telemedicina na área de eletrocardiografia utiliza apenas dois tipos de telefonia, fixa e móvel, e a internet. “Em áreas das zonas rurais e urbanas em todos os municípios do Estado”, resume o coordenador Carlos Eduardo. Estão contratados 300 aparelhos de eletrocardiografia. Atualmente, o programa conta com 205 em funcionamento. 

“A vantagem é que os exames especializados via Telemedicina não têm a necessidade de contratação de um profissional médico e a gente pode chegar às regiões mais remotas só utilizando enfermeiros formados e técnicos de enfermagem para a realização dos exames”, complementa Carlos Eduardo.

Os aparelhos de eletrocardiografia estão em mais de 200 unidades básicas de saúde (USB), de Estratégia da Família (PSF), Pronto-Atendimento (UPAs), nos hospitais da rede Sesap e municipais. É muito simples o funcionamento do Telemedicina. Pacientes que chegam nas unidades com demandas de desconfiança de um problema cardíaco são atendidos pelo médico generalista (clínico geral), que faz a consulta e, se for o caso, indica o eletrocardiograma que pode ser feito por uma enfermeira ou técnica de enfermagem. 

Com telefone fixo, celular ou internet, é feita a transmissão do exame para a Central de Telemedicina, em São Paulo (SP) ou Uberaba (MG), onde equipes de médicos especialistas recebem os sinais sonoros dos exames, decodificam, interpretam e emitem os laudos com diagnósticos dos eletrocardiogramas. Carlos Eduardo explica que na mesma linha telefônica, é dada a segunda opinião médica se for de interesse do médico do local de origem do exame.

O contrato também inclui a formação permanente desses profissionais e o suporte de atendimento é de  24 horas nos sete dias da semana. A substituição do equipamento quebrado é rápida. A instituição contratada tem um bureau de laudagem e todas as cardiopatias infartos, infartos em evolução, arrimitias cardíacas, ventriculares são diagnosticadas via eletro. Para urgências, as respostas são dadas em quinze minutos e as eletivas, trinta minutos. “Esse tempo nunca chegou ao limite. Praticamente é abaixo disso aí”, notifica o coordenador da Telemedicina.

A Sesap quer contratar mais unidades para os exames e diagnósticos a distância. Isso ainda não aconteceu em razão da falta de infraestrutura das unidades de saúde que muitas vezes não têm telefone fixo, internet e profissionais. “O que dificulta de uma forma ou de outra, mas a gente tem viabilizado na zona rural através da telefonia móvel, com smartphone transmitindo e recebendo laudo de acordo com a bandeira da telefonia no município”, explica Carlos Eduardo. 

Como a realidade nos municípios é de precariedade, na maioria dos casos, o programa supre a necessidade. Há casos de unidades onde o eletrocardiógrafo quebra e não tem como consertar, mas o grande problema é que não se tem cardiologistas ou equipamentos no interior. Então, os pacientes são obrigados a migrar para os grandes centros como Natal e Mossoró, provocando o que se convencionar chamar de “ambulancioterapia”, a prática das prefeituras de encaminhar pacientes  que poderiam ser atendidos em unidades básicas municipais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sua postagem será publicado após aprovação