sábado, 21 de fevereiro de 2015

Cerca de 60% dos recém-nascidos têm icterícia neonatal

Pele e olhos amarelados no bebê são sinais de alerta para as mamães. Os sintomas caracterizam a icterícia neonatal, patologia que acomete cerca de 60% dos recém-nascidos normais, sendo mais frequente no período neonatal - compreende as quatro primeiras semanas de vida da criança.
O pediatra Marcelo Maranhão, responsável pelo programa Primeiros Passos do Hapvida, explica que é a bilirrubina em excesso (hiperbilirrubinemia) - uma substância amarelada encontrada na bile - o fator determinante para a icterícia neonatal.
O especialista conta também a causa do problema. “É causada, na maioria das vezes, por fatores específicos do metabolismo do bebê, que é incapaz de metabolizar essa bilirrubina na mesma velocidade em que é produzida. Vale ressaltar que bebês nascidos com 35 ou 36 semanas de gravidez (tempo ideal 40 semanas), tem oito vezes mais chances de desenvolverem icterícia”.

DANOS À SAÚDE
Ainda segundo o pediatra, a maioria das vezes os casos de icterícia neonatal não são preocupantes, principalmente quando passam pela avaliação correta do profissional capacitado. Porém, apesar de não caracterizar uma doença específica, pode despertar para graves problemas de saúde.
Entre os casos leves e graves há uma linha muito delicada, que depende de fatores como a idade do bebê, se está fazendo aleitamento materno ou não, se está realizando banhos de sol. Além da possível relação dos tipos sanguíneos da mãe e da criança e problemas hormonais como hipotireoidismo, entre outros.
“Quando a bilirrubina atinge níveis muitos altos, pode depositar-se no cérebro e causar uma intoxicação, chamada Kernicterus caracterizada por hipotonia (bebê mole), debilidade de sucção, recusa alimentar e convulsões. Após 3 a 4 dias esses sintomas evoluem para hipertonia (bebê rígido), febre e movimento irregular dos olhos”, aponta.
Nessa fase, 70% dos pacientes podem evoluir para óbito devido à parada respiratória. “Nos sobreviventes, ocorre uma melhora aparente até que, em período variável, aparecem as seguintes sequelas definitivas: paralisia cerebral, distúrbios de deglutição e fonação, surdez e deficiência mental de leve a moderada” diz o especialista.

TRATAMENTO
O tratamento realizado na maioria dos casos em bebês normais, tende a reduzir com o tempo e é acelerado pela exposição da pele a radiação (luz) solar. Já os casos graves, após avaliação médica, podem ser tratados com fototerapia (banho de luz) e até transfusão sanguínea.

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