sexta-feira, 31 de julho de 2015

Após achar corpo de jovem desaparecida, Polícia acredita que caseiro é ‘serial killer’

Os restos mortais, enrolados em um lençol, estavam em um buraco com pouco mais de um metro de profundidade
O caseiro Carlos Alexandre de Andrade, 38, preso desde o dia 16 passado, é tratado como um serial killer pela Polícia Civil. Os investigadores, comandados pelo delegado Raimundo Rolim, já identificaram pelo menos três homicídios, acompanhados de indícios de violência sexual, e quatro estupros imputados a Andrade entre 2003 e 2006, além do desaparecimento de pessoas que tiveram envolvimento direto com ele. 

Na manhã de ontem (30), a equipe comandada por Raimundo Rolim desenterrou os restos mortais de Lindomara Soares da Silva, desaparecida desde o dia 3 de março de 2008, quando estava com 29 anos. A ossada estava posta em uma cova no terreno contíguo à casa que Dara, como era conhecida a vítima, que vivia com dois dos seus cinco filhos na rua Cavaco Chinês, às margens da estrada para a praia de Jenipabu, na mesma área de dunas onde há cerca de duas semanas foi encontrado o corpo da menor M.E.L, de 11 anos, outra suposta vítima do caseiro.

No caso de ontem, Dara foi identificada pela blusa com que foi enterrada. Os restos mortais, enrolados em um lençol, estavam em um buraco com pouco mais de um metro de profundidade, debaixo de um cajueiro. No fim da tarde de quarta-feira (29), os policiais já tinham encontrado várias peças de roupas pertencentes a ela enterradas no mesmo terreno.


 Os familiares e amigos de Dara contam que logo no primeiro dia do desaparecimento da mulher, uma segunda-feira, Andrade relatou que teria recebido uma ligação na noite anterior de uma amiga da vítima para que fosse até a casa de Lindomara, pois ela tinha ido  embora e deixado um dos filhos, à época com três anos, trancado no local. A chave da casa, segundo ele contou, estaria debaixo de uma pedra em frente ao imóvel. 

“Ele contou essa história e ninguém desconfiou. Por muito tempo ainda Carlos falou que recebia ligações de Dara, que dizia estar bem depois de ter partido, mas estava ligando de número confidencial para ninguém retornar. Só que ninguém nunca falou com ela nesse tempo todo”, conta Lindomarcos Soares, irmão da vítima.

Há suspeitas por parte da polícia que o quarto filho de Lindomara Soares seja concebido de um estupro cometido por Carlos Alexandre. O menino, hoje com dez anos, é registrado em cartório como filho do caseiro. O delegado Raimundo Rolim requisitou um psicólogo para conversar com o menino, para saber se ele chegou a ver alguma coisa relativa ao crime na noite do dia 2 de março de 2008.

“Acredito que ele possa ter até mais de dez homicídios. Vamos atrás de informações sobre as pessoas desaparecidas na região onde encontramos os corpos de quem ele matou, principalmente mulheres, além dos casos de estupro, que são muitos aqui na região”, afirmou Rolim.

Até o momento, os agentes e o delegado encontraram os corpos de duas vítimas e confirmaram a morte de uma terceira mulher, cujo cadáver foi recolhido pelo Instituto Técnico-científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) em 2010. Todos os corpos foram achados nas proximidades de granjas onde Carlos Alexandre trabalhou. 

O caseiro, nascido em Currais Novos-RN, nega ter cometido todos os crimes. “Quando foi ouvido ele negou tudo, mas disse também que teria sofrido abuso sexual na infância. Nada que justifique as barbaridades que cometeu”, completou o delegado responsável pelo caso.

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