O livro trás uma versão completa
e inédita da lenda da onça. Conta desde a distribuição das sesmaria até a chegada de Ana de Pontes a
fundadora da cidade. Vários escritores reproduziram esta lenda de forma
resumida.
Cada cidade tem suas
características peculiares e uma delas é a forma como é chamada ou como fica
conhecida na região. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
existem hoje cinco mil, quinhentos e setenta municípios no Brasil.
Abre aspas para o escritor
“O meu fica situado no estado do
Rio Grande do Norte e é um dos trinta e três chamados de Santo Antônio, mas em
séculos passados foi chamado de “Padre Miguelinho”, “Santo Antônio do Salto da
Onça” e antes de sua emancipação era conhecida apenas por “Salto da Onça”.
Até hoje não se sabe com certeza
os motivos que levaram a essas mudanças nem se existiu uma onça de verdade. O
fato é que existe o mito e ele alimenta a curiosidade das pessoas e a cultura
regional.
Hoje em volta das pedras onde
supostamente ocorreu o episódio, foi construída uma praça que recebe
diariamente a visita de pessoas vindas de várias partes do país, fomentando o
turismo local e mantendo a lenda viva no imaginário das pessoas nascidas e
residentes na região.
Tenho lido vários artigos em
sites, blogs e livros escritos por pessoas renomadas que recontaram a história
desse mito, mas de forma divergente e tão resumida que cabe dentro de um só
parágrafo.
Por trás deste acontecimento
existiu um conjunto de fatores que ficaram obscuros e precisam ser esclarecidos
para que sejam encontrados os elos que estão faltando. Em 1941 Anfilóquio
Câmara, escreveu no livro do departamento de estatísticas do governo do estado
do Rio Grande do Norte, (Cenários Municipais), toda situação administrativa,
sociocultural, demográfica, econômica, física e política do município, mas em
nenhum momento ele citou o “salto da onça”. O escritor Nei Leandro de Castro
escreveu no romance: “As Pelejas de Ojuara”, lançado em 1986 pela editora Nova
Fronteira do Rio de Janeiro, uma versão completamente equivocada, onde a onça
foge de forma vergonhosa, não sendo abatida pelo personagem principal da trama.
Mas como falei, é apenas um romance
e não tem responsabilidade nenhuma com a veracidade histórica do fato ocorrido
em solo agrestino. Portanto, Tomei a liberdade de transcrever as versões
contadas em blogs regionais e nos livros de Manoel Dantas, Câmara Cascudo,
Goreth Orrico, Marcus Cesar, Gelson Pessoa e Gumercindo Saraiva, que são alguns
dos escritores que de forma superficial trataram deste assunto.
O fato de ter nascido às margens
do rio Jacu e ter crescido em volta das pedras onde o fatídico episódio pode ou
não ter acontecido, me faz herdeiro do mito e me dar o direito de também
acrescentar minha versão.
Sou Neto de Vitorino Francisco de
Souza e Josefa Augusta de Souza que eram proprietários do Sitio Tinguijado,
local que dista aproximadamente, a trezentos metros do lugar onde o salto
ocorreu.
Hoje, este sítio pertence por
herança a minha mãe, Maria José da Silva. A versão principal que apresento nas
páginas deste livro, foi contada por meus avós e segundo eles, ouviram tantas e
tantas vezes de seus antepassados. Não tenho a pretensão de fazer dele uma obra
científica, quero apenas apresentar uma versão completa, através de uma leitura
simples e agradável. Baseado nas várias versões apresentadas cabe a você
leitor, tentar elucidar esta lenda, tirando suas próprias conclusões e acreditar
na versão que achar mais conveniente ou não acreditar em nenhuma delas”.
Francisco de Assis da Silva
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